domingo, 21 de agosto de 2011

Confira o que elas usavam na praia antes da chegada do fio dental



O "bikini" foi inventado na França, em 1946
Foto: Getty Images

Thaís Sabino

Um item essencial para a mala de viagem à praia é o biquíni. Chinelos, vestidos, shorts e saias também estão na lista, mas sem a roupa de banho fica difícil aproveitar o mar azul da praia de Ipanema, No Rio de Janeiro, ou a agitação do litoral norte paulista. A peça que hoje cabe na palma da mão, já precisou de um espaço maior na mala. A ideia de nadar com uma calça até os tornozelos e uma túnica comprida cobrindo todo o corpo está distante da moda atual, entretanto no passado era o traje de banho do momento. "As mulheres usavam um calção bufante por baixo de um vestido, nadavam de roupa", explica a professora de história da moda da universidade Santa Marcelina, Miti Shitara, sobre o modelo usado no século 19.


De acordo com a professora de história da moda, Miti Shitara, as mulheres iam à praia vestindo um calção bufante com uma túnica por cima, no século 19. Na época, homens e mulheres nadavam completamente vestidos  Foto: Haabet/Divulgação

Na década de 1920, considerada "os anos loucos" pela história, o comportamento feminino sofreu uma brusca transformação. De acordo com a estilista Dhora Costa, no período após a Primeira Guerra Mundial as mulheres começaram a cortar o cabelo mais curto, fumar em público e trocaram os vestidos imperiais por modelos mais curtos e leves. A mudança também afetou as peças de banho e os calções com túnicas foram substituídos por macaquinhos de malha. A professora Miti Shitara diz ainda que as mulheres usavam sapatilhas e meias compridas para ir à praia.

Na década de 1920, acontece uma revolução no comportamento feminino. As mulheres trocam os vestidos armados, por modelos mais leves e curtos. O traje de banho se transforma em um macaquinho largo de malha  Foto: Getty Images
Entre os anos 1920 e 1930, as mulheres usavam uma botinha ou sapatilha para ir à praia. Em meados da década de 1920, a roupa de banho ficou um pouco mais justa  Foto: Getty Images

O conhecimento dos benefícios da luz solar e a aspiração por um corpo bronzeado na década de 1930 colaboraram para encurtar mais a roupa de banho. O traje feminino ficou mais colado, curto nas pernas e ganhou um saiote para cobrir os quadris, de acordo com Miti. No início dos anos 1940, o maiô perdeu a saia e expôs as curvas femininas. Logo, a roupa de praia se dividiu em duas peças, mas tudo ainda bem comportado. De acordo com Miti, a parte de baixo cobria o umbigo e o sutiã era grande o suficiente para tapar todo o seio.

Em 1930, o modelo do traje de praia fica mais curto e ganha um saiote que cobre os quadris da mulher  Foto: Getty Images

Na década seguinte, em 1940, o maiô perde a saia e expõe as curvas femininas. No entanto, o modelo ainda é um tanto comportado em comparação com o que existe hoje  Foto: Getty Images

"O mais próximo do que conhecemos hoje como biquíni surgiu em 1946, na França, criado por Louis Réarde", afirma Miti. Segundo a professora, o nome da peça foi inspirado no atol do oceano Pacífico onde ocorreu uma explosão atômica experimental no mesmo ano. "O modelo foi um estouro, um escândalo e não pegou", diz. A stripper Micheline Bernardini foi quem desfilou com o modelo. "Dizem que até ela precisou ser convencida a vestir o traje", brinca Miti. Até o início dos anos 1950, as mulheres usaram a roupa de banho com duas peças pouco cavadas. De acordo com o professor de modelagem de moda do Senac, Roberto Rubbo, foi somente com o uso do biquíni pelas atrizes de Hollywood que o modelo considerado escandaloso se popularizou. "Ursula Andress, Brigitte Bardot e as pin-ups fixaram o biquíni como tendência e fizeram as mulheres não terem vergonha de mostrar o corpo", explica ele.

A partir da década de 1930, de acordo com a professora Miti Shitaka, começam a surgir trajes de banho em duas peças. A parte de baixo cobre parte das pernas e o umbigo  Foto: Getty Images

Elas dão as costas ao pudor
"A pílula anticoncepcional fez a mulher se sentir dona do próprio corpo e elas começaram a separar o desejo sexual da procriação", contextualiza a professora de história da moda Miti Shitara sobre o cenário da moda praia na década de 1960. Com isso, os biquínis ficaram ainda menores. Tanto é que a onda de transformação da moda e cultura feminina deu origem à popular música "Biquíni de Bolinha Amarelinha", sobre uma garota tímida que veste um biquíni curto. A canção americana retrata o cenário de conquista de espaço social pelas mulheres no momento.

Aos poucos, o modelo ficou mais justo ao corpo e se adequou melhor à forma feminina  Foto: Getty Images
Este modelo foi criado em 1940 e ainda segue a tendência conservadora dos anteriores  Foto: Getty Images

A chegada das calças de cintura baixa influenciou diretamente no tamanho das calcinhas do traje de banho. Nos anos 1970, segundo Miti, surge o modelo tanga, de amarrar dos lados e com a cintura bem baixa, apenas cobrindo a genitália. O avanço da tecnologia têxtil incentiva a produção de peças mais justas e com melhor caimento no corpo. "O strech revolucionou os modelos, eles ficaram mais seguros, com a secagem mais rápida e mais baratos", enumera Miti.

Brasil: enroladinho, asa-delta e fio dental
A França criou o biquíni, mas o Brasil o adaptou. Enquanto americanas e europeias estavam satisfeitas com a evolução do traje de banho e o quanto ele valorizava o corpo feminino, as brasileiras quiseram mais. Segundo o professor do Senac, Roberto Rubbo, no final da década de 1970 surgiu a moda do "enroladinho". "As mulheres enrolavam as laterais do biquíni para eles ficarem mais cavados", explica ele. As praias do Rio de Janeiro foram o ponto inicial da tendência.

Em 1946, o francês Louis Réard, inventou este modelo e o batizou de bikini. A ousadia foi mal vista na época e o modelo não fez sucesso logo que surgiu  Foto: Getty Images

Nos anos 1980, foi a vez do biquíni asa-delta, que alongava a cintura e aumentava os glúteos da brasileira. A estilista Dhora Costa afirma que o modelo foi uma febre. "O Brasil é um país tropical, quente, a cultura de praia é forte aqui e as brasileiras têm uma anatomia privilegiada, além de gostarem de exibir o corpo", explica ela. Como filho do asa-delta, ainda nos anos 1980, chegou ao mercado o biquíni fio dental. Os três modelos tiveram pouca aceitação ao redor do mundo. "Existem praias na Espanha que é permitido o topless, mas não o uso do fio dental", justifica Dhora. Uma das razões para difusão do fio dental no Brasil é a forma física da mulata, cheia de curvas e com a pele firme.

Na década de 1980, surge no Brasil o modelo enroladinho: as mulheres enrolavam as laterais do biquíni para deixá-lo mais cavado. A prática deu origem ao modelo asa-delta  Foto: Getty Images

Atualmente, o Brasil é referência na moda praia, de acordo com a estilista, e exporta as criações para o mundo inteiro. Os modelos de roupa de banho norte-americanos e europeus permaneceram fieis ao visto na década de 1970.

                                      O modelo fio dental nasceu no Brasil, nos anos 1980, como evolução do asa-delta. O fio dental só vingou entre as brasileiras. De acordo com a professora Miti Shitara, a anatomia das mulheres de outros países não permitem o uso do modelo. Ele fica bonito em pessoas com bumbum grande, como é o das brasileiras, disse ela  Foto: Getty Images

domingo, 7 de agosto de 2011

Como cuidar da pele no inverno e deixar você pronta para o verão!!

Pele ressecada é um problema típico do inverno mesmo para quem, naturalmente, tem a cútis oleosa. E está muito ligado aos hábitos atrelados à estação. Além de exposta ao vento e ao tempo frio e mais seco, a pele do rosto e do corpo sofre com a nossa mania, por exemplo, de tomar banhos quentes e demorados nesta época do ano.

Resultado: mãos, pés, joelhos e cotovelos ganham uma textura áspera; o ressecamento intenso pode descamar a pele do rosto; e, em casos mais graves, surgem irritações. A chave para escapar de todo o drama é a hidratação correta. Peles secas podem redobrar os cuidados e usar um creme mais “potente” (como os que levam uréia na fórmula). Peles oleosas devem procurar sabonetes e hidratantes específicos para o seu tipo de pele, com ingredientes que visam mais a nutrição. A tonificação deve ser mantida, mas esfoliações podem ser feitas com um intervalo maior entre as aplicações.


Banho do bem
É uma delícia. Mas tomar banho quente é o pior que podemos fazer para a nossa pele no inverno. Com o tempo, a água quente e o excesso de sabonete podem danificar a barreira de proteção da epiderme. O ideal é diminuir o tempo do banho, deixar a água morna (em torno dos 36ºC) e dar preferências para sabonetes menos agressivos ou de glicerina, evitando o uso de buchas e esponjas. Se você não resiste ao banho quentinho, uma dica é massagear o corpo com algumas gotas de óleo antes de entrar no chuveiro. Ele forma uma película protetora, retém a camada de água da pele e ajuda a não desidratar tanto.

Mas atenção: o óleo e o creme têm propriedades hidratantes, mas agem de forma diferente. O óleo protege dos agentes externos e evita a perda de água, enquanto o creme hidratante penetra nas camadas mais profundas da pele. Use os dois!


Proteção sempre
Um dos erros mais comuns nessa época é dispensar o uso de filtro solar. Dias nublados não garantem proteção – acredita-se que pelo menos 80% dos raios UVA e UVB atravessam as nuvens! As mãos e os lábios também devem ser protegidos. Use protetores específicos para essas áreas com ação dupla (hidratante e filtro solar).

Informações retiradas do site da natura.