domingo, 16 de janeiro de 2011

O biquíni - Uma Verdadeira Bomba

Por CLAUDIA GARCIA 


Reprodução
Micheline Bernardini dentro do primeiro biquíni, em 1946
Divulgação
Brigitte Bardot em cena do filme "E Deus Criou a Mulher" (1956)
Divulgação
Ursula Andress em cena do filme "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962)
Reprodução
Modelo tanga, sucesso dos anos 70
Crédito: Juan Esteves/Folha Imagem
Modelo asa-delta anos 80
Se há um setor do vestuário em que o Brasil está na frente, sem dúvida é o de moda praia. Além de ser o país que mais fabrica e consome esse tipo de roupa, o Brasil avançou em tecnologia e modelagem ao longo dos anos. O biquíni brasileiro é conhecido e reconhecido internacionalmente, seja por seu estilo mais ousado, por sua qualidade ou mesmo pela criatividade dos modelos, que o diferencia dos outros fabricados em outros países.

Apesar de toda essa vocação natural em relação aos trajes de banho, o biquíni não é uma invenção nacional. Ele foi inventado pelo estilista francês Louis Réard que o batizou com o nome do pequeno atol de Bikini, no Pacífico, onde os americanos haviam realizado uma série de testes atômicos.

Não é a toa que a famosa editora de moda Diana Vreeland (1903-1989) disse uma vez que o biquíni "é a invenção mais importante deste século (20), depois da bomba atômica". O lançamento do primeiro biquíni foi em 26 de junho de 1946 e causou o efeito de uma verdadeira bomba.

Apesar de toda euforia em torno do novo traje de banho, descrito por um jornal da época como "quatro triângulos de nada", o biquíni não emplacou logo de cara. O primeiro modelo, todo em algodão com estamparia imitando a página de um jornal, se comparado aos de hoje, era comportado até demais. Entretanto, para os padrões da época, um verdadeiro escândalo.
Tanto, que nenhuma modelo quis participar da divulgação do pequeno traje. Por isso, em todas as fotografias do primeiro biquíni, lá está a corajosa stripper Micheline Bernardini, a única a encarar o desafio.

Na década de 50, as atrizes de cinema e as pin-ups americanas foram as maiores divulgadoras do biquíni. Em 1956, a francesa Brigitte Bardot imortalizou o traje no filme "E Deus Criou a Mulher", ao usar um modelo xadrez vichy adornado com babadinhos.

No Brasil, o biquíni começou a ser usado no final dos anos 50. Primeiro, pelas vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar, que juntavam multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e, mais tarde, pela maioria decidida a aderir à sensualidade do mais brasileiro dos trajes. A partir daí, a história do biquíni viria se tornar parte da história das praias cariocas, verdadeiras passarelas de lançamentos da moda praia nacional.
Na década de 60, a imagem sensual da atriz Ursula Andress dentro de um poderoso biquíni, em cena do filme "007 contra o Satânico Dr. No" (1962) entrou para a história da peça. Em 1964, o designer norte-americano Rudi Gernreich dispensou a parte de cima do traje e fez surgir o topless, numa ousadia ainda maior. No Brasil, essa moda não fez tanto sucesso quanto em algumas praias da Europa, mas mesmo assim o então prefeito de São Paulo, Prestes Maia, chegou a proibir o uso do topless em piscinas públicas.
Um modelo muito usado nos anos 60 era o chamado "engana-mamãe" que de frente parecia um maiô, com uma espécie de tira no meio ligando as duas partes, e, por trás, um perfeito biquíni.

Mas foi no início dos 70, que um novo modelo de biquíni brasileiro, ainda menor, surgiu para mudar o cenário e conquistar o mundo - a famosa tanga. Nessa época, a então modelo Rose di Primo era a musa da tanga das praias cariocas.

Durante os anos 80 surgiram outros modelos, como o provocante enroladinho, o asa-delta e o de lacinho nas laterais, além do sutiã cortininha. E quando o biquíni já não podia ser menor, surgiu o imbatível fio-dental, ainda o preferido entre as mais jovens. A musa das praias cariocas dos 80 foi sem dúvida a então modelo Monique Evans, sempre com minúsculos biquínis e também adepta do topless.

Nos anos 90, a moda praia se tornou cult e passou a ocupar um espaço ainda maior na moda. Um verdadeiro arsenal, entre roupas e acessórios passaram a fazer parte dos trajes de banho, como a saída de praia, as sacolas coloridas, os chinelos, óculos, chapéus, cangas e toalhas. Os modelos se multiplicaram e a evolução tecnológica possibilitou o surgimento de tecidos cada vez mais resistentes e apropriados ao banho de mar e de piscina.

Toda essa intimidade brasileira com a praia, explicada pelo clima do país (em alguns Estados brasileiros é verão durante a maior parte do ano) e pela extensão do litoral que tem mais de 7 mil km de praias, podem explicar o motivo pelo qual o Brasil é o país lançador mundial de tendências desse segmento.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Protetores solares: conheça os diferentes tipos e como usá-los

As estações do ano requerem cuidados diferenciados no ponto de vista dermatológico. Muito comumente somos requisitados para dar as dicas do verão, especialmente no Brasil. Essas dicas, no ponto de vista de saúde pública, são importantes, assim como nos programas de tratamentos dermatológicos.

Do ponto de vista dermatológico, reforçamos a necessidade do uso do
 protetor solar, que deve ser adequado para cada tipo de pele e, às vezes, o que é muito mais importante: o conforto que o paciente sente em relação ao produto, veículo, odor, eficácia versus necessidade da pele, profissão e sexo do paciente.

Os protetores solares que estão disponíveis no mercado brasileiro são na sua maioria confiáveis. Hoje, sempre alertamos para que o paciente ao comprar esse produto verificar se há também proteção para UVA (ultravioleta A), que é representado por sinais de "+". Se o indivíduo tem pele normal, um "+" é eficaz, mas conforme o paciente envelhece, apresenta pele clara ou até doenças de pele, a quantidade mínima de cruzes deve ser duas.

A pele envelhecida e seca merece um protetor em creme, a da idade média sem problemas de espinhas pode receber uma loção, alguns acham que o gel creme tem um toque mais seco, mas na realidade, é importante que tanto a loção como o gel creme tenham especificado que tem efeito seco ou chamado "matte" ou matificante quando o paciente deseja um efeito sem a oleosidade final. O gel, em teoria, seria indicado para as pessoas com a pele oleosa, mas nem sempre eles são confortáveis, algumas vezes, por formarem uma fina camada ao secarem. Além disso, podem trazer dificuldades quando utilizados na praia, pois a areia fina pode grudar no gel e trazer certo desconforto. Existem produtos em spray, porém, o veículo pode não ser aquoso, então, sempre devemos escolher corretamente o melhor veículo para o seu conforto pessoal. Peles sensíveis não se "dão bem" com o veículo alcoólico, assim como os que têm alguma lesão na pele.
Há também opções de protetores solares com tonalizantes (com cor), alguns com tonalizante universal (serve para todas as cores de pele) e outras com diferencial, se desejar que o tonalizante disfarce as manchas, há necessidade da escolha adequada da "espessura" do produto, pois apenas o tonalizante pode não ser suficiente para esconder as imperfeições. 

Alguns protetores solares podem causar ardor nos olhos, portanto, aqueles que suam muito ou praticam esporte são os que são mais susceptíveis, pois ambos acabam sempre escorrendo pela fronte e couro cabeludo, irritando a pele. 

Finalizando a discussão dos protetores solares, para o dia-a-dia, se aceita que o FPS 15+ seja suficiente, os dermatologistas, no entanto, indicarão a quantidade da proteção solar conforme a cor de pele do paciente, doenças prévias, doenças de pele, doenças familiares, tipo de atividade que exerce, além da idade, profissão, e é claro, o tratamento que está sendo realizado adequando às diferentes estações do ano. Os protetores com FPS 8+ são indicados para os pacientes com a pele escura, quando em tratamento ou já com doenças, um FPS 30-60+ a +++ e em casos específicos, o FPS 100+. 

Não devemos nos esquecer que somos sempre bombardeados com produtos para proteção solar, mas proteger-se do sol sob protetores como sombrinhas, chapéus, bonés, roupas que cubram uma parte maior do corpo deve ser sempre priorizado. Há hoje no mercado, para pessoas mais exigentes, vestimentas preparadas com tecidos específicos com tecnologia própria para a proteção solar e são vendidos com a marca de proteção solar. Por favor, não esqueçam que sob o guarda sol ou mesmo quando estiver esquiando, a ação solar é multiplicada pelo reflexo dos raios solares na areia e na neve. Muito freqüentemente as pessoas esquiam ou vão à praia e ainda acabam apresentando problemas na pele. 

No Brasil, o câncer de pele está crescendo também entre os jovens. A cada exposição inadequada ao sol, a pele acumula riscos de desenvolver uma lesão cancerígena, pois os danos pela radiação solar são cumulativos, ou seja, a quantidade total de sol que a pessoa toma durante sua vida é que vai determinar o surgimento de uma lesão cancerígena. 


Desta forma, crianças que começam a tomar sol de forma inadequada, já no primeiro ano de vida, podem ter, quando chegam aos 20 anos, um câncer de pele (especialmente do tipo basocelular e melanoma). Além disso, a diminuição da camada de ozônio faz com que as pessoas fiquem mais expostas aos efeitos da radiação solar.
 

Usar fotoprotetor solar não anula todos os efeitos nocivos do sol sobre a pele. Lembre-se que é possível usar outras formas de proteção como vestuário, chapéus e bonés.

ORIENTAÇÃO SOBRE O USO DO PROTETOR SOLAR 

- Quanto mais clara for a pele, maiores devem ser os cuidados com o sol.
 
- O correto seria a aplicação de fotoprotetor a cada 2 horas, não só na praia e piscina como nas montanhas e nas cidades. Use no mínimo uma vez ao dia pela manhã se não for sair de casa, reaplicar se for sair a cada 4 horas.
 
- O sol também provoca muitos outros tipos de danos na pele, entre eles, manchas, ressecamento, rugas, perda da elasticidade e envelhecimento cutâneo.
 
- Evite exposição ao sol entre 10h e 16h.
 
- Usar fotoprotetor com Fator de Proteção Solar (FPS) maior que 15 ou 20, prefira os que protegem UVB e UVA (raios ultravioleta B e A). Existem formulações com vários tipos de veículos, por isso você precisa ter um pouco de paciência se sua pele não se adaptar ao primeiro protetor solar sugerido. Ordem de maior "gordura" do produto para o menos "gorduroso": ungüentos, pomadas, cremes, loção, gel alcóolico e spray alcóolico. Sendo esses últimos mais indicados para os pacientes com tendência a "poros" obstruídos, espinhas ou pele muito oleosa.
 
- Aplicar o fotoprotetor 30 minutos antes de tomar sol e reaplicar após cada atividade, esporte ou água.
 
- Fotoprotetor também deve ser passado sobre manchas e pintas.
 
- Não se esquecer de passar fotoprotetor em orelhas, pálpebras, nuca e couro cabeludo (em pessoas calvas).
 
- Aplicar fotoprotetor labial.
 
- Evitar se queimar ou ficar fortemente bronzeada.
 
- Qualquer tipo de bronzeamento causa algum dano ao material genético das células da pele (inclusive bronzeamento artificial).
 

SINAIS DE ALERTA 

- Pequenas lesões na pele que não cicatrizam (câncer espino e basocelular).
 
- Lesões que formam "cascas" e sangram com facilidade (câncer espino e basocelular).
- Manchas de coloração mais escura, castanhas (melanoma).
 
- Coceira, sangramento, mudança do aspecto ou crescimento de uma pinta pequena ou grande, mesmo aquelas que você considera como de "nascimento" (melanoma).
 
- Não espere por dor (câncer de pele geralmente é indolor). Se você acha que está fora deste grupo de risco, faça revisões anuais. Se você se inclui nesta lista, procure fazer retornos semestrais, quando apresentar feridas novas, quando tiver dúvidas ou conforme solicitação do médico.
FONTE: http://msn.minhavida.com.br/